sábado, 20 de abril de 2013

Texto (Quem sabe do momento chafariz é o dono do nariz)


Eu não gosto de mim. Tudo bem. Ninguém gosta de mim.
Um ou outro talvez. Agradeço.
O que me tranquiliza é que não gosto de ninguém. Tudo bem.
Um ou outro eu gosto. E estou com ambos e não abro.
O que não quer dizer nada. Um não está perto de mim.
Empate técnico. O outro também.
Alguém me odeia. Beleza. Eu também odeio alguém.
Vejamos.
Não sou rico. E nunca serei rico. E nem quero ser.
Ótimo.
Ora, não dou a mínima se alguém é rico. Parabéns.
O que não quer dizer nada. Rico é feliz. Verdade?
Sei lá. Ele é quem sabe. Eu sou feliz.
Alguém é bonito e eu não. E daí?
Feiura é a arte abstrata para os feios. Afe.
Ninguém me ama. Eu também não amo ninguém.
Ótimo.
E por aí vai.
Vejamos.
Na verdade, na verdade mesmo, quem se importa?
Sei lá.
Resumindo... alguém sabe jogar dominó?
Tranca?
Truco?
Não sou muito de jogatina. Eis o destino chinfrim.
Convenhamos... arcabouço. Loucos somos nós.
Qual seria a cor da cor?
A cor seria a cor da cor?
Deixa pra lá.
Enfim, quem está a fim?
Do quê?
Sei lá.
Quem sabe do momento chafariz é o dono do nariz.

João Neto