quarta-feira, 8 de maio de 2013

Poesia (De que me adianta...)


De que me adianta ter ambição
Se quando preciso
Não sei se da sorte passo ao largo
Ou cravo no peito dobrado
Como ferradura enferrujada
Na branca parede pendurada

De que me adianta ter razão
Se quando preciso
Da desilusão arremato um fardo
Que carrego no peito sambado
Como sina desorientada
Na branca parede traçada

De que me adianta ter emoção
Se quando preciso
Minha vontade como desenho animado
Perambula no peito estafado
Como imagem esbulhada dessas malfadadas
Na branca parede espraiadas
 João Neto

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