Ninguém
está naquele canto do mundo para tripudiar. Naquele canto do mundo não existem vencedores
ou vencidos.
Aqueles
soberbos de espírito não possuem espaço por aqui, muito menos os inaptos, mais
conhecidos como bajuladores.
Naquele
canto do mundo não se galga a escada social e econômica se locupletando da
simplicidade e desprendimento.
Por
aqui aqueles intelectualizados de coração não convencem com palavras rebuscadas,
muitos menos os vendedores de ilusão, mais conhecidos como palavreadores.
Naquele
canto do mundo se faz política para o bem estar de todos, mas não subsistem
políticos.
Todos
vivenciar sua fé. Todas as cores de pele estão por aqui, ninguém se apercebe.
Naquele
canto do mundo todos preparam a terra, plantam, ceifam, todos fazem a colheita,
se divide o pão e se bebe o vinho na mesma mesa.
A
modernidade é bem vinda se acompanhada de responsabilidade. A moralidade se faz
no ato de cada um para com o outro, sem vaidade acirrada, sem inveja
disfarçada, sem orgulho exasperado, apenas sinceridade.
Naquele
canto do mundo todos conhecem o solo que pisa, todos sentem no rosto a gota
d’água da tempestade que cai, e têm perfeita noção da importância do sol quando
surge no céu azul.
As
casas possuem teto e piso simples, na medida do necessário.
Naquele
canto do mundo ninguém é igual ao outro, mas somam suas diferenças para o bem
comum.
Cada
um aprimora seu talento para distribuí-lo de acordo com a necessidade daquele
que dele necessita.
Naquele
canto do mundo todos cantam, choram, oram, calam, aprendem, ensinam como
permitem o coração e a mente de cada um. Todos se expressam.
Códigos de conduta se aperfeiçoam no
dia-a-dia, no labor, no lazer, em todos os momentos, enfim, um por todos, todos
por um, como aqueles famosos mosqueteiros. Todos se conduzem para uma só
finalidade, o bem estar. Nada escrito... e sim vivido.
Naquele
canto do mundo todos decidiram na mente e no coração viver dessa maneira, mãos formando
uma só corrente, presente e futuro a frente.
Simples
assim.
...
Quando
o grande empresário, o maior de todos daquela pequena e bucólica cidade
interiorana, vê aquele cidadão em seu estabelecimento comercial, imediatamente
aciona a polícia.
Disse
ele depois aos seus filhos que não permitira jamais disseminação de ideias
subversivas que aquele indigesto certamente trazia consigo, pois contaminaria
seus empregados e os filhos de seus empregados e os filhos dos filhos de seus
empregados... E o futuro de suas empresas como ficaria em frente dessa nova
consciência?
Acrescentou
ele ainda de sua irritação com o atraso costumeiro dos policiais, pois o tal
cidadão – figura desprezível em sua ótica empresarial – fora embora tranquilamente
depois de efetuar o pagamento da despesa no caixa, mas comunicaria o atraso
inconcebível ao coronel na reunião da loja, bem como exigiria do prefeito
providências imediatas para bloquear o acesso à sua cidade por indivíduos tão
contaminadores.
João
Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário