Como
o umbral depois da única saída
A
viagem universal que só tem ida
A
trilha na mata que se principia
A
noite que se completa no dia
Como
as mãos que jamais acenam adeus
A
centelha divina formatando mais um átomo
O voo
plainado da figura de um camafeu
Do
encontro de almas gêmeas o tálamo
Como
os olhos que contemplam o horizonte
O som
que se propaga pelo universo
A
água não represada que se derrama pela fonte
Do
fogo e da terra o reverso
Como
o vento que balança como ondas o trigal
Na
consagração da hóstia o sobrenatural
Na fé
imensurável a consciência moral
Do a
ao z que se perpetua na palavra final
João Neto
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