A beleza daquela pequena e bucólica cidade
interiorana não está em suas ruas, sua beleza está em seu povo.
Não está em seus prédios escolares, está no
corpo discente, no corpo docente, nos alunos.
Não está em sua casa de saúde, está na
recepcionista, no corpo clínico, no corpo administrativo.
Não está em seus estabelecimentos comerciais,
está no comerciário, no gerente, no proprietário.
Não está em seus estabelecimentos
industriais. está no industriário, no empresário.
Não está em suas praças, está no vendedor de pipoca,
nos velhinhos conversando, nas pessoas aguardando a circular.
Não está em suas moradias, está nas família
unida almoçando aos domingos à mesma mesa, numa só harmonia.
Não está nas suas repartições públicas, está
nos funcionários dispostos e bem remunerados.
Não está no paço municipal, está no
mandatário correto, honesto, progressista, líder.
Por que procuram me convencer destas utopias?
Política sem vigilância popular faz orbitar
em vota da administração político mesquinho, arbitrário, personalíssimo.
Funcionalismo sem plano de carreira se
acomoda, nem se prepara.
Pipoqueiro carrancudo, aposentadoria
incomodando, pessoas cansadas, desconectadas debaixo da guarita.
Atividade industrial não se atualiza, nem se
capacita, empresário explora e o lucro fácil prioriza, multinacional se instala
e realiza.
O freguês não mais é a razão principal do
comércio, comerciário ranzinza, gerente indiferente, proprietário
ganancioso, rancoroso, explorador.
O doente etiquetado, massa de manobra,
medicina de economia, paredes frias.
Educação indecente, alunos despreparados,
indisciplinados, desinteressados.
O povo está em silêncio, sendo explorado.
Por que procuram me convencer destas utopias?
Quer saber... Certos estão aqueles que no dia
trinta e um de agosto, faça sol, faça chuva, churrasqueiam na entrada da
caverna ou toca, ou algo equivalente,
existente naquela pequena e bucólica cidade interiorana.
João Neto
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