sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Projeto Vinte e Duas Linhas

SETE LINHAS (Dançarina)

Garota sapeca
Faça de tua dança
Brincadeira de criança
Sem me rele ou me toque
Mas não me dê croque
Por ficar em estado de choque
Ao te ver assim tão moleca
João Neto

Projeto Vinte e Duas Linhas

SEIS LINHAS (Demência)

Cinco dementes mais um
No cesto o sétimo estaria
Pura alegoria
Com as cores da anarquia
Seis dementes menos um
No quinto oitavo endoidaria
João Neto

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Projeto Vinte e Duas Linhas

CINCO LINHAS (Brincadeirinha)

Primeiro, pensei.
Depois, escrevi.
Com paralelos reescrevi.
Inicialmente, meditei.
Em seguida, insculpi.
João Neto

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Projeto Vinte e Duas Linhas

QUATRO LINHAS (Adágio)

Se na folha rosa do teu diário
Confessaste a mim amor eterno,
Eternizaste sim breve adágio
Do meu viver neste cálido inferno.
João Neto

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

domingo, 22 de setembro de 2013

Projeto Vinte e Duas Linhas

DUAS LINHAS (Impossibilidade)

Quando o olho da estátua não mais lacrimejar

Nosso rio secará. Ninguém conhecerá o mar.
João Neto

sábado, 21 de setembro de 2013

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Poesia (Em vinte e dois de setembro testemunhei)


Em vinte e dois de setembro testemunhei
Ninguém percebeu e aconteceu
Quando a eterna paixão da lua surgiu ao leste
E a roseira no jardim deserto clareou

Na casa da moça dos anseios meus
Ele desatinado o quarto preencheu
E dos olhos dela da negritude
Com sua claridade se fez veste

Se seu sono a eternidade velou
Ao se espreguiçar nua ela se deixou
Tocar pelos raios do astro rei
Que neste instante atingiu a plenitude

Ah! Moça dos longos cabelos sedosos
Amanhã momentos assim se fazem efêmeros
Mas a qualquer sonhador como eu seriam ditosos
E em seu apaixonado coração vivos braseiros
 João Neto

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Poesia (Doidim)



Por que me deste a rosa
Se toda prosa
Sentaste no banco
Do outro lado
Do jardim?
Por que sorriste
Promessas de alecrim
Se toda charmosa
Beijaste
Aquele sujeito
Da cor do carmim
Deixando-me assim doidim?
João Neto

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Poesia (Açucena)

Açucena deixou para mim
Desilusão, flor de plástico
Solitária no vaso transparente
Sobre a cômoda do quarto de pensão.

Moça embelezando outro jardim.
Seu perfume na saudade saliente 
Que trago nos olhos de tristeza 
A contemplar  a flor vermelha
Em simbiose com meu coração.

João Neto 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Poesia (Irreal)

Ternura a me fitar
Espelhando doce sentimento
Feito aguardente caseira
Que me estonteia por contemplar
Teus olhos verdes como o mar.

De mãos dadas a caminhar
Pelas calçadas e alamedas
Feitas trilhas de labareda
Que nosso amor vem avivar.

Beijos, carinhos, namorar
Sentados no banco da antiga praça,
Casais de pardais a nos imitar.

E se de ti a lua ciumenta se esconder,
Vagalumes estarão a nos iluminar.

Ah! Deus, não me deixe acordar!
 João Neto

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Poesia (Que apareçam os caçadores!!)

Vem até onde estou
Pois quando chegar
Onde estou
Estarei eu de braços abertos
Coração disparado
Olhos lacrimejantes
Peito descamisado
Espírito em humilde orgulho
Por  ter aqui chegado
Sem temor
Do que possam falar
Ou arquitetar
Por ter vindo me encontrar

Se alguém duvidou,
Ou se fez lobo cordeiro,
Cale-se.
Aqui estamos...
Que apareçam os caçadores!!

 João Neto

domingo, 15 de setembro de 2013

Religião (Evangelhos Sinóticos - Introdução) Parte III

CONTINUAÇÃO - (Parte II - publicada 08.09.13)
Eusébio acrescentou, logo depois, o testemunho de Pápias sobre Mateus: “Mateus, então, colocou em ordem os oráculos, em língua hebraica; cada um os interpretou como podia” (Hist. Ecl., III, 39, 15.16). O segundo testemunho a respeito da composição dos evangelhos no-lo dá Clemente de Alexandria (citado por Eusébio de Cesáreia): “Nos mesmos livros, ainda, Clemente cita uma tradição dos Anciãos a respeito da ordem dos evangelhos; é a seguinte: ele dizia que os evangelhos que compreendem as genealogias foram escritos em primeiro lugar e que o evangelho segundo são Marcos o foi nas seguintes circunstâncias: tendo Pedro pregado a doutrina publicamente em Roma e tendo exposto o evangelho pelo Espírito, seus ouvintes, que eram numerosos, exortaram Marcos, uma vez que ele o havia acompanhado há tempo e se lembrava de suas palavras, a transcrever o que Pedro havia dito; ele o fez e transcreveu o evangelho para os que lhe haviam pedido. Quando Pedro soube disse, nada fez, por meio de seus conselhos para o impedir disso ou para forçá-lo a isso” (Hist. Ecl., IV, 24,5-7). Como o de Pápias, esse testemunho remonta aos Anciãos, isto é, os homens da segunda geração cristã. Toda a tradição posterior, grega, latina ou até ciríaca (Efrém) não fará mais que retomar, acrescentando algumas minúcias, esses testemunhos fundamentais. Que conclusão podemos tirar disso?
(CONTINUA (em 22.09.13)

sábado, 14 de setembro de 2013

Poesia (Se sou como sou igual a ti)

Se meus pés tocam o chão
Porque nasci bípede,
Se minha boca degusta acepipe
Porque foi pra isso criada.

Então, o que importa
Se sou como sou igual a ti?

Neste chão que pisamos
O acaso não nos encontrará.
Não, não acontecerá.
Nossos tempos não são iguais,
Nem semelhantes são nossos destinos.

Ninguém se põe a entender,
Após saciar a sede
Na mina d’água onde nós saciamos,
Que a imensidão
Nada mais é que nosso espelho.

Se por mero nanosegundo compreendemos,
E não nos importamos,
A caminhar solitários continuamos...
Esta vida desde o princípio foi traçada assim.
João Neto

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Texto Copiado ("www.jornalaopiniao.com")

OBSERVAÇÃO: a imagem e o texto abaixo foram copiados do site "jornalaopiniao.com” e colados neste espaço, com permissão do site mencionado.
Até pediram para não mencionar. Entende-se o pedido.
Mas tem gente que não se aguenta… e sabe como é.
O que importa é que é o comentário das ruas, do povo – como dizem os barbudos.
Ninguém inventou, apenas espalhou.
Dizem que tem edil – sem generalizar, sem generalizar porque se deve respeito, até continência – que fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala,fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e ….. fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala.
(Deu 81 já?)
Ninguém consegue fazê-lo parar. Esse edil é teimoso. Fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala,fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e ….. fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala.
Daí quando alguém medita, “E produz?”, o meditador não tem oportunidade de expressar seu pensamento.
E esse edil ali, resoluto, nem respira direito. Fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala,fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e ….. fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala fala … e … fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala.
Afe! Devia se tocar esse edil… ou então alguém traga o Tite.
João Neto


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Poesia (Bichos de estimação)

Cão na corrente amarrado
Não perseguiu o gato,
Não latiu atrás do rodado.

Pássaro preto de asas podadas
Das nuvens nunca viu a terra,
Nem voou em revoadas.

Aparecem lado a lado
Em fotos de sua família quimera,
Pelos anos esbranquiçadas.
João Neto

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Poesia (Talvez fosse simples assim)

Talvez o perfume das rosas
A brisa trouxesse até aqui
Suas pétalas caíssem em teu colo
Talvez fosse simples assim

Então eu estaria tão perto de ti

Lado a lado neste banco
Tua cabeça recostada em meu ombro
Talvez a noite fosse tão suave
E a lua como lamparina nos iluminasse
Pendurada pelas mãos de dois querubins

Então eu estaria tão perto de ti

Tuas mãos enlaçadas pelas minhas
Talvez fosse simples assim
 Nossos corações então sussurrariam
Deste amor que nosso espírito elevaria
E nos traria o brilho em duas estrelas
Que em teus olhos refulgiriam

Então eu estaria tão perto de ti

Mas o vento frio toca meu rosto
Retorno nesta realidade sem fim
Meus olhos  solitários se abrem
Contemplando o vazio deste jardim
Se eterna vive entre anjos e serafins
Sonho foi tão lindo, doce saudade
A trouxe tão perto, pertinho de mim
João Neto

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Poesia (Paixão mórbida)

Se duvidares, se duvidares
Estarei eu aqui,
Sombra sob a sombra.  

Se duvidares, se duvidares
Me farei espectro de ti,
Paixão mórbida que amedronta.
João Neto

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Poesia (Não haja em mim)

Não haja em mim dúvidas
Mesmo que eu dobre os joelhos
E não esteja pronto para orar

Não haja em mim plena certeza
Mesmo que eu tenha o ensejo
De santo e demônio me revestir

Não haja em mim lamúrias
Mesmo que o vento me leve
Pra onde eu jamais ousasse pousar 

Não haja em mim soberba
Mesmo no dia em que eu tropece
No caminho e ninguém venha me acudir
João Neto

domingo, 8 de setembro de 2013

Religião (Evangelhos Sinóticos - Introdução) - Parte II

CONTINUAÇÃO (Parte I - publicada em 01.09.13)

Mas claro que o mesmo acontecimento devia ser relatado por eles segundo formas literárias diferentes.
Um caso típico nos é fornecido pelo relato da instituição da Eucaristia.
Antes de o escrever aos fiéis de Corinto, Paulo certamente o relatou oralmente conforme uma tradição particular. (1Cor 11, 23-26) conhecida também por Lucas (22, 19-20).
Mas o mesmo relato nos foi transmitido, com variantes importantes, em uma outra tradição conhecida por Mt (26,  26-29) e por Mc (14, 22-25). 
É portando na tradição oral que é preciso procurar a causa primeira das semelhanças e das divergências entre os Sinóticos.
Mas essa tradição oral não deverá ser a única a explicar semelhanças tão numerosas e espantosas, tanto nas minúcias dos textos como na ordem das perícopes, que ultrapassam as possibilidades da memória, até a memória antiga e oriental.
É necessário recorrer a uma documentação escrita que estaria na origem de nossos evangelhos.
O mais antigo testemunho que temos sobre a composição dos evangelhos canônicos é o de Pápias, bispo de Hierópolis, na Frígia, que compôs por volta de 130 uma “Interpretação (exegese) dos Óraculos do Senhor”, em cindo livros. Esta obra se perdeu há muito tempo, mas o historiador Eusébio de Cesária dela se reportou as duas passagens seguintes: “E o ancião dizia: Marcos, que foi o intérprete de Pedro, cuidadosamente escreveu tudo aquilo de que se lembrava, sem todavia respeitar a ordem do que foi dito ou foi realizado pelo Senhor. Com efeito, não fora o Senhor que ele ouvido ou acompanhado, mas Pedro, mais tarde, conforme eu disse. Este agia conforme o que exigia seus ensinamentos e não como se quisesse dar  a ordem dos oráculos do Senhor. Assim não se pode reprovar a Marcos por tê-los escrito de modo pelo qual ele os lembrava. Sua única preocupação foi a de nada omitir daquilo que ouvira, sem aí introduzir mentira”.

(CONTINUA em 15.09.13)

Poesia (Assim versa o poeta imaginário)

Todo rei morto
Todo rei posto
Todo imperador
Todos têm seu valor
Toda sombra torta
Toda realidade morta

Assim versa o poeta imaginário

A moça de olhos negros
Escreveu em seu diário
Todo rei morto é esquecido
Todo rei posto é traído
Assim como todo imperador
- E a plebe caia seu pendor
João Neto

sábado, 7 de setembro de 2013

Poesia (Timidez)

Se eu estiver zanzando por aí
E na estreita alameda do jardim,
Numa tarde dominical de primavera,
Não olhar pra ti.

Moça, leve a certeza em teu coração
Que tua beleza serena eu vi,
Mas meus joelhos tremeram,
Os lábios teu nome sussurraram,
Porém meus olhos o chão fixaram,
Por ousar eu estar tão perto de ti.
João Neto

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Poesia (Vingança molhada)

Mulher linda essa que rebola,
Mil vezes passa por mim e não dá bola.

“Tudo bem”, direi a ela
Quando ficarmos frente a frente
Na pinguela.

De nada adiantará seu charme
Pois balançarei a frágil ponte,
As águas do rio bravio molhando nossos pés.

Exclamarei, num largo sorriso, “tenha fé”,
Para a margem serelepe voltarei
E as amarras da vingança soltarei.
João Neto

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Poesia (... no labor)

Não se fie
Nem se vanglorie

Continue no labor

Não se distraia
Talvez caia

Fique no labor

Ainda que belas moças
Lhe tragam doces ou flores
Enquanto está no topo da escada

A restaurar o teto da capela imaginária