Em vinte e dois de setembro testemunhei
Ninguém percebeu e aconteceu
Quando a eterna paixão da lua surgiu ao leste
E a roseira no jardim deserto clareou
Na casa da moça dos anseios meus
Ele desatinado o quarto preencheu
E dos olhos dela da negritude
Com sua claridade se fez veste
Se seu sono a eternidade velou
Ao se espreguiçar nua ela se deixou
Tocar pelos raios do astro rei
Que neste instante atingiu a plenitude
Ah! Moça dos longos cabelos sedosos
Amanhã momentos assim se fazem efêmeros
Mas a qualquer sonhador como eu seriam ditosos
E em seu apaixonado coração vivos braseiros
João Neto
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