Se meus pés tocam o chão
Porque nasci bípede,
Se minha boca degusta acepipe
Porque foi pra isso criada.
Então, o que importa
Se sou como sou igual a ti?
Neste chão que pisamos
O acaso não nos encontrará.
Não, não acontecerá.
Nossos tempos não são iguais,
Nem semelhantes são nossos destinos.
Ninguém se põe a entender,
Após saciar a sede
Na mina d’água onde nós saciamos,
Que a imensidão
Nada mais é que nosso espelho.
Se por mero nanosegundo compreendemos,
E não nos importamos,
A caminhar solitários continuamos...
Esta vida desde o princípio foi traçada assim.
João Neto
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