terça-feira, 8 de outubro de 2013

Projeto Vinte e Duas Linhas

CATORZE LINHAS (Bodas)

Vinte e cinco anos.
Panelas, chão, panos,
Verdades, desenganos.
Vinte e cinco anos.
Sorrisos, lágrimas, silêncio,
Atitudes em consenso.
Vinte e cinco anos.
Anel de ouro e prata,
Testemunha desse tempo
Quando a vida fez sentido.
Vinte e cinco anos.
Do ideal querido
À vida sem contratempo,
Carinho e graça.
 João Neto

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Projeto Vinte e Duas Linhas

TREZE LINHAS (Contemplativo)

Não compreendeste a verdade
Imaginaste
Que a chuva o chão árido molhasse
E a semente germinasse
Desiludido ficou
Quando da terra seca
A semente não florou
E teus pés descalços
Ao pisar o torrão machucou
Enquanto o céu explorava
E nenhuma nuvem visualizava
Quedo ficou de joelhos no chão
Contemplativo da cruel realidade
João Neto

Projeto Vinte e Duas Linhas

DOZE LINHAS (Vaguear)

Onde estaria o tal destino?
Talvez tirando a sorte na esquina
Com a cigana de roupa colorida
Por não mais de alguns vinténs
Onde estaria tal traquina?
Talvez jogando dados na calçada
Em noite enluarada
Rodeado de malandros e mulherada
Pena a sorte não estar por perto
Pois o que é certo é certo
Pelo cangote o levaria pra casa
Depois lhe daria umas palmadas
João Neto

Projeto Vinte e Duas Linhas

ONZE LINHAS (Serenata)

Chora, viola, chora.
Violeiro na praça vazia
A música
A musa
Fixa lá no céu
Protegida pelo branco véu
Noite fria
Fantasia
Sensação única
Até amanhecer o dia
Chora, viola, chora.
João Neto

Projeto Vinte e Duas Linhas

DEZ LINHAS (Gesubroa)

No galho da árvore
Coruja branca descansa
Quando sujeito doido
Levanta questão
Coruja branca avoa
Indo embora
Pra Gesubroa
Onde sujeito afoito
Não alcança
Nem causa encheção
João Neto

Projeto Vinte e Duas Linhas

NOVE LINHAS (Recado)

Preste atenção
Nas bolinhas de sabão
Soltas no ar,
Na maior e mais colorida
Está um recado.
Apare-a na palma da mão,
Não assopre, nem deixe estourar.
Dentro dela está gravado:
É bom te amar.
João Neto

Projeto Vinte e Duas Linhas

OITO LINHAS (Deletado)

O poeta performático
Centraliza os versos
Roçando a tecla “delete”
Tudo apaga automático
Página em branco
O poeta sem memória
Então despudorado
Gargalha por ter sido deletado
João Neto