sexta-feira, 5 de julho de 2013

Crônica (Poetiza sonhadora da pele cor de jambo)

Por que escrever crônicas, contos? Por quê?
Sei lá.
Ouvir?
Por ter ouvidos?
Falar?
Por ter boca?
Aliás, filosofa nosso “filosófo mor” Zé da Truta “quem tem boca encontra o pé de romã” e  mais “quem tem ouvidos que use meias de lã”. Esse Zé da Truta!
Em algum lugar talvez esteja olhando as estrelas uma poetiza sonhadora da pele cor de jambo, fofinha, sorriso tímido,  lábios carnudos...
Epa!
Quem seria essa poetiza?
Quem? Quem?
Mudando de assunto, mas sem tirar o pé do verso.
Se de repente eu fosse expulso da casa de Leis?
Esclarecendo. Leis é um grande amigo. Mui amigo. Sujeito de baixo porte, gordinho. Poeta.
Toda noite de lua cheia fica ele olhando as estrelas, deitado no telhado da casinha de seu poodle de estimação.
Que seja!  Esta tarde estarei indo até lá para o chá.
Lábios carnudos, sorriso tímido, fofinha, pele cor de jambo, poetiza?
Afe!
Quem sabe Leis a tenha convidado.
Se de repente a casa de Leis estivesse cheia de gente... artistas, apenas artistas... e um desses pintores de vanguarda sugerisse  que não ficássemos apenas no chá e radicalizássemos bebendo batidinha de limão?
Se a poetiza topasse, eu toparia...
Zé da Truta, que certamente estaria na roda, após beber todas e muito mais, antes do penúltimo gole soltaria a frase que muitos anos depois ficaria célebre.
“Nem toda pedra do rio rola”.
E eu contaria pro meus camaradas sentados nos três bancos dourados da praça da matriz – lá pelos idos de 2100 – quanto Zé da Truta era sábio vai e vem.
Isto posto e como tudo ainda pode ou não acontecer, me resta saber nos dias atuais quem é a poetiza de olhos castanhos, sorriso tímido nos lábios carnudos, fofinha, pele cor de jambo, cabelos negros, que passa pela praça da matriz... Não tenho pressa. Logo, logo saberei.
Até porque 2100 está longe.
Quanto aos cronistas e as cronistas... Parabéns.
Contistas... Parabéns.
Leio todas as crônicas e todos os contos.
E ouço bem. Aliás, gosto de ouvir. E de falar. Falar o necessário.
Poetiza, me aguarde.
Até porque nossa pequena e bucólica cidade interiorana proporciona encontros casuais... Afe! Será bão demais esse encontro casualmente provocado.

João Neto


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