Escrevemos essas coisas por escrever, não
tome como desaforo de nossa parte... Na verdade, desconfiamos que nem irás ler, mas tudo bem, mera desconfiança
nossa.
Tu és chato a danar.
Teu jeito de tocar o queixo com as pontas dos dedos da mão direita demonstrando interesse, e teu
olhar demonstrando irritação por não estar sendo
reconhecido como “o cara”, é engraçadíssimo.
Péssimo ator.
Se o destino de quem quer que seja lá no
futuro depender de ti... Bom, milagres existem, existem sim.
Tudo bem.
De repente nossa ranzinzice esteja além de
nosso bom senso, e olha que nosso bom senso é menor que uma ameba. Nosso bom
senso, não nosso cérebro, fique bem claro.
Resumindo. Somos ranzinzas, e tua chatice
anda de galocha em dia de sol a 40, 45 graus.
Tudo bem.
Como a maioria que saiu da toca nestes
quatro ou cinco últimos dias, a chatice
se espalhou por ai , verdadeiro chute no saco ou “sardinha”
nas nádegas da maioria indiferente.
Essa indiferença atingiu nível tão
alto que qualquer métier se faz sombra com
méritos próprios, e não há luz artificial que resolva... Pois é. Fique aqui entre nós – esperamos que
guarde esse segredo – ninguém deve se
julgar suprassumo . Cuidado, vá que daqui a pouco se descole a primeira pele.
Nunca se sabe o que surgirá em seguida, nunca se sabe.
Pois, façamos por
merecer a posição que nos colocaram. Preste atenção:
não
a atingimos por nossos esforços, nem alcançaremos o topo da escada se não subirmos degrau por degrau, isso , não
é uma advertência, é uma constatação, e muito cuidado, a rasteira não
esteja preparada no próximo degrau ou no degrau seguinte esteja esticado um
cerol.
Mas, tudo bem. Parabéns a ti que está ai e a
nós que cá estamos, muito sucesso a todos nós, que tudo nos dê certo, que nossos
ideais sejam realizados, que nossas ideias se façam reais, e que todos estejamos cobertos de flocos de neve.
Qual a diferença
fundamental entre nós, pobres mortais e
ti, imortal, vivente no Olimpo?
Nenhuma.
Ou uma, aliás, fundamental. Podemos ser
facilmente encontrados entre o povo, teu comportamento no momento é de como se pertencesse
a uma nova raça, na frente da qual devem todos fazer
reverência, se curvar.
Um detalhe. Mãos foram
feitas para acarinhar e labutar, joelhos para se dobrar enquanto se ora.
Simples assim.
Humildade e caldo de galinha só fazem bem.
Essa tua insensatez ainda te fará tropeçar,
e
talvez quem esteja por perto te
levante, ou nem perceba que caiu e continue a caminhar, sem olhar pra trás.
Bom, conselho não se dá, nem se vende. Mas
fica aqui registrado.
Não vá com muita
avidez ao pote, talvez em seu interior não tenha mel,
nem trigo, nem vinho, nem água.
De repente, o encontre vazio.
EM
TEMPO: Estas palavras foram escritas com caneta esferográfica, letra originalíssima
com nuances femininas e masculinas, numa
folha de caderno universitário que, depois de arrancada, foi dobrada e deixada
num dos bancos da praça em frente a igreja matriz daquela pequena e bucólica
cidade interiorana. Um casal de jovens acabou por encontra-la e, sabe-se lá o
motivo, entregou para Zé da Truta, grande “filosófo” e emérito beberrão daquela
localidade, que por acaso estava sentado no banco ao lado, absorto em seus
devaneios.
Zé da Truta insiste em afirmar que sabe quem escreveu e sobre de quem se
trata e que, saco, não nos dirá quem sejam tais pessoas, nem que o derrubemos
no chão e passemos pena de ganso na sola de seus pés. E ainda cutuca a
curiosidade de todos que o rodeiam dizendo “sou um túmulo, não porque não quero
ver o circo pegar fogo com o domador no centro do picadeiro, nem porque só
quero ver se aquele moreno conseguirá finalmente equilibrar o ovo na fórmica do
balcão, apenas porque é gostoso comer o pudim e não repartir as migalhas com as
formigas” (essas frases que Zé da Truta fala a torto e a direito nem ele
entende, mas vá que de repente tenha
razão).
João Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário