sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Crônica (Não vá com muita avidez ao pote... De repente, o encontre vazio)

Escrevemos essas coisas por escrever, não tome como desaforo de nossa parte... Na verdade, desconfiamos que  nem irás ler, mas tudo bem, mera desconfiança nossa.
Tu és chato a danar.
Teu jeito de tocar o queixo  com as pontas dos dedos  da mão direita demonstrando interesse, e teu olhar demonstrando irritação por não estar sendo reconhecido como “o cara”, é engraçadíssimo.
Péssimo ator.
Se o destino de quem quer que seja lá no futuro depender de ti... Bom, milagres existem, existem sim.
Tudo bem.
De repente nossa ranzinzice esteja além de nosso bom senso, e olha que nosso bom senso é menor que uma ameba. Nosso bom senso, não nosso cérebro, fique bem claro.
Resumindo. Somos ranzinzas, e tua chatice anda de galocha em dia de sol a 40, 45 graus.
Tudo bem.
Como a maioria que saiu da toca nestes quatro ou cinco últimos dias,  a chatice se espalhou por ai , verdadeiro chute no saco  ou  “sardinha” nas nádegas da maioria  indiferente.
Essa indiferença atingiu nível tão alto  que qualquer métier se faz sombra com méritos próprios, e não há luz artificial que resolva...  Pois é. Fique aqui entre nós – esperamos que guarde esse segredo –  ninguém deve se julgar suprassumo . Cuidado, vá que daqui a pouco se descole a primeira pele. Nunca se sabe o que surgirá em seguida, nunca se sabe.
Pois, façamos por merecer a posição que nos colocaram. Preste atenção: não a atingimos por nossos esforços, nem alcançaremos o topo da escada  se não subirmos degrau por degrau, isso , não é uma advertência, é uma constatação, e muito cuidado, a rasteira não esteja preparada no próximo degrau ou no degrau seguinte esteja esticado um cerol.
Mas, tudo bem. Parabéns a ti que está ai e a nós que cá estamos, muito sucesso a todos nós, que tudo nos dê certo, que nossos ideais sejam realizados, que nossas ideias se façam reais, e que todos  estejamos cobertos de flocos de neve.
Qual a diferença fundamental entre nós, pobres mortais  e ti, imortal, vivente no Olimpo?
Nenhuma.
Ou uma, aliás, fundamental. Podemos ser facilmente encontrados entre o povo, teu comportamento no momento é de como se pertencesse a uma nova raça, na frente da qual devem todos fazer reverência, se curvar.  
Um detalhe. Mãos foram feitas para acarinhar e labutar, joelhos para se dobrar enquanto se ora. Simples assim.
Humildade e caldo de galinha só fazem bem.
Essa tua insensatez ainda te fará tropeçar,  e  talvez quem esteja por perto  te levante, ou nem perceba que caiu e continue a caminhar, sem olhar pra trás.
Bom, conselho não se dá, nem se vende. Mas fica aqui registrado.
Não vá com muita avidez ao pote, talvez em seu interior não tenha mel, nem trigo, nem vinho, nem água.
De repente,  o encontre vazio.

EM TEMPO: Estas palavras foram escritas com caneta esferográfica, letra originalíssima com nuances femininas e masculinas,  numa folha de caderno universitário que, depois de arrancada, foi dobrada e deixada num dos bancos da praça em frente a igreja matriz daquela pequena e bucólica cidade interiorana. Um casal de jovens acabou por encontra-la e, sabe-se lá o motivo, entregou para Zé da Truta, grande “filosófo” e emérito beberrão daquela localidade, que por acaso estava sentado no banco ao lado, absorto em seus devaneios.
Zé da Truta insiste em afirmar que sabe quem escreveu e sobre de quem se trata e que, saco, não nos dirá quem sejam tais pessoas, nem que o derrubemos no chão e passemos pena de ganso na sola de seus pés. E ainda cutuca a curiosidade de todos que o rodeiam dizendo “sou um túmulo, não porque não quero ver o circo pegar fogo com o domador no centro do picadeiro, nem porque só quero ver se aquele moreno conseguirá finalmente equilibrar o ovo na fórmica do balcão, apenas porque é gostoso comer o pudim e não repartir as migalhas com as formigas” (essas frases que Zé da Truta fala a torto e a direito nem ele entende, mas vá que de repente  tenha razão).
João Neto 

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