segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Crônica (Redenção, três José, três Maria)

Vitória. Saiu da penumbra a vitória. O homem das cavernas dos tempos modernos ultrapassou a cortina de fios coloridos, mas lá atrás ficou a redenção.
E o sorriso diluído não escondia a situação.
Primeiro: Não entendeu o ar. O início de tudo, o mundo das ideias. Formatar o pensamento sobre o tempo que está por vir.
Segundo. Não entendeu o fogo. O desejo e a vontade. Conscientizar sobre o tempo que está por vir.
Terceiro. Não entendeu a água. Emoções que nutrem ideais. Interiorizar os desdobramentos sobre o tempo que está por vir.
Quarto. Não entendeu a terra. O lado visível. Caminhar pelos movimentos do tempo que está por vir.
Seus olhos agora contemplam e as imagens que captam fazem o coração cobiçar.
O tempo que está por vir não azulou o céu,  nem o acinzentou. O tempo que está por vir é o que é, incolor.
Seus olhos agora cobiçam, fazendo o pensamento redemoinhar.
O tempo que está por vir não molhou a terra, não a fez árida. O tempo que está por vir é o que é, salino.
Seus olhos agora estão frios, fazendo as ideias direcionarem um só objetivo, moto-perpétuo do revanchismo.   
O tempo que está por vir não acrescentará, não decepará. O tempo que está por vir é o que é, navalha em mãos insensatas.
Ele não está só.
Lá em cima, no alto da montanha, três José estando em pé, guerreiros a observar.
Cá em baixo, à beira do ribeirão, três Maria lavando roupa, cantando harmoniosamente a mesma canção.
Nem o alvorecer
Nem o entardecer
Nem o anoitecer
Trarão de volta a liberdade
Que um dia conquistei
A liberdade tão almejada
Que essas águas carregaram
Pros confins do mar
E o mar está além da montanha
Que no horizonte pintei
João Neto

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