Vitória. Saiu da penumbra a vitória. O homem das cavernas dos tempos modernos ultrapassou a cortina de fios coloridos, mas lá atrás ficou a redenção.
E o sorriso diluído não escondia a situação.
Primeiro:
Não entendeu o ar. O início de tudo, o mundo das ideias. Formatar o pensamento
sobre o tempo que está por vir.
Segundo.
Não entendeu o fogo. O desejo e a vontade. Conscientizar sobre o tempo que está
por vir.
Terceiro.
Não entendeu a água. Emoções que nutrem ideais. Interiorizar os desdobramentos sobre
o tempo que está por vir.
Quarto.
Não entendeu a terra. O lado visível. Caminhar pelos movimentos do tempo que
está por vir.
Seus
olhos agora contemplam e as imagens que captam fazem o coração cobiçar.
O
tempo que está por vir não azulou o céu, nem o acinzentou. O tempo que está por vir é o
que é, incolor.
Seus
olhos agora cobiçam, fazendo o pensamento redemoinhar.
O
tempo que está por vir não molhou a terra, não a fez árida. O tempo que está
por vir é o que é, salino.
Seus
olhos agora estão frios, fazendo as ideias direcionarem um só objetivo, moto-perpétuo
do revanchismo.
O
tempo que está por vir não acrescentará, não decepará. O tempo que está por vir
é o que é, navalha em mãos insensatas.
Ele
não está só.
Lá
em cima, no alto da montanha, três José estando em pé, guerreiros a observar.
Cá
em baixo, à beira do ribeirão, três Maria lavando roupa, cantando harmoniosamente
a mesma canção.
Nem o alvorecer
Nem o entardecer
Nem o anoitecer
Trarão de volta a liberdade
Que um dia conquistei
A liberdade tão almejada
Que essas águas carregaram
Pros confins do mar
E o mar está além da montanha
Que no horizonte pintei
João Neto
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