Quando
na sexta-feira à meia-noite brilha a lua
E
prudente o vaga-lume desliga seu farol
Um
ente perambula numa certeza pela rua
Na
cabeça multifacetada fluorescente urinol
Seu
corpo híbrido vestido de branco lençol
Completa
a mortalha vermelho cinto sem fivela
Alguém
tromba com ele e grita “quimera”
Criatura!
Deveria antes deixar de fugir
Em
desabalada carreira até na esquina sumir
Então
veria nessa longilínea figura anjo decaído
Que
antes do amanhecer tornará a fluído
E
sem seu querer à imensidão a levará consigo
João Neto
Nenhum comentário:
Postar um comentário