sexta-feira, 10 de maio de 2013

Poesia (Assombrado)


Quando na sexta-feira à meia-noite brilha a lua
E prudente o vaga-lume desliga seu farol
Um ente perambula numa certeza pela rua

Na cabeça multifacetada fluorescente urinol
Seu corpo híbrido vestido de branco lençol

Completa a mortalha vermelho cinto sem fivela

Alguém tromba com ele e grita “quimera”

Criatura! Deveria antes deixar de fugir
Em desabalada carreira até na esquina sumir

Então veria nessa longilínea figura anjo decaído
Que antes do amanhecer tornará a fluído
E sem seu querer à imensidão a levará consigo
João Neto

Nenhum comentário:

Postar um comentário